Matheus Borges - Teologia Bíblica

Marcião é um personagem emblemático do início da História da Igreja, sendo considerado um dos primeiros grandes hereges do Cristianismo. Sua visão a respeito da dualidade personificada em dois deuses diferentes para o Antigo (AT) e o Novo Testamento (NT), sua tentativa de influenciar os bispos de Roma na definição de um cânon e seus contornos gnósticos – embora divergentes em alguns pontos – permeiam a vida de Marcião.  Atualidade A relevância de se estudar a seu respeito vai muito além de mera análise histórica, posto que suas ideias ainda formam a base da cosmovisão de grupos de tradição cristã pelo mundo, com destaque para o Brasil. É possível que você já tenha refletido sobre a diferença entre a forma que Deus se revela no AT e nos dias de Jesus. Marcião foi além, declarando e ensinando que se tratavam de dois deuses diferentes, uma vez que, para ele, o Pai de Jesus não era o mesmo Deus dos judeus, que se revelara no Sinai de forma vingativa e severa, diferente da forma gracios...

Casa de Davi é a primeira série bíblica produzida, gravada e disponibilizada pela Amazon Prime . A tendência parece indicar uma mudança na estratégia de grandes empresas e produtoras, abandonando parcialmente a cultura woke e migrando para temas mais conservadores. Espero, com esse texto, despertar sua atenção para apoiar a empreitada de alguma forma, principalmente com a sua audiência. A proposta de Casa de Davi é ousada: retratar a ascenção do maior rei da história de Israel: Davi, filho de Jessé, da tribo de Judá. O pano de fundo bíblico é a narrativa de 1 Samuel 17, quando ocorre a batalha entre Golias, o gigante filisteu, e Davi, um jovem pastor de ovelhas sem experiência na guerra. O contraste entre a casa de Saul e a de Davi, evidenciando o caos de se abandonar a Deus e as recompensas naturais de obedecê-lo, permeia todo o enredo. Ainda, cabe destaque à atuação do ator israelense Ali Suliman no papel de Saul, evidenciando o orgulho e a loucura do primeiro rei de Israel após Yah...

Algum momento já se perguntou se a morte de Jesus na Páscoa foi um plano de contingência, como se Deus estivesse resolvendo um problema que surgiu no meio do caminho?  Parece fazer parte da cultura cristã a ideia que Cristo, o Cordeiro de Deus, precisou ser morto por nossos pecados simplesmente porque pecamos. Todavia, isso não poderia ser menos bíblico. Apocalipse 13.5 Em Apocalipse 13.5 (ACF) está registrada a seguinte expressão que, por vezes, nos passa despercebida: "(...) não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo ". É importante destacar que não se trata de uma leitura errada, prejudicada pela decisão de pôr ou não uma vírgula, ausente em manuscritos do primeiro século da era cristã.  A expressão é corroborada pelo texto grego em "οὐ γέγραπται τὸ ὄνομα ἐν τῷ βιβλίῳ τῆς ζωῆς τοῦ ἀρνίου τοῦ ἐσφαγμένου ἀπὸ καταβολῆς κόσμου" , apontando que a ACF faz uma tradução   bastante literal do Texto Majoritário, o que é caracte...